Tragédia-crime, em janeiro de 2019, deixou 272 vítimas fatais. Julgamento dos réus na ação penal ainda não tem data para acontecer.
O estande na Exposibram-2023 da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) está recebendo centenas de assinaturas de pessoas que apoiam à luta da entidade por Justiça, Encontro, Memória, Não repetição do crime e Direitos dos familiares. Maior feira de mineração da América Latina, a Exposibram-2023 vai até amanhã, 31 de agosto, no Hangar Centro de Convenções & Feiras da Amazônia, em Belém do Pará.
Além de profissionais da mineração, o estande está recebendo visitas de bombeiros, estudantes, jornalistas, entre outros. Mais de 200 assinaturas já foram recolhidas. O rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, matou 272 pessoas e, na Exposibram, os familiares das vítimas estão contando aos visitantes como têm vivido desde 25 de janeiro de 2019. Até hoje, os réus citados na ação criminal não foram a julgamento.
“Estamos muito felizes com todo apoio, todo interesse da população local, visitantes e até mesmo do pessoal que está expondo aqui. Recolhemos muitas assinaturas. As pessoas estão conhecendo a nossa trajetória e se juntando à nossa luta, e isso é muito importante para que essa tragédia-crime não caia no esquecimento”, disse Felipe Coelho, que é da diretoria da AVABRUM. Felipe perdeu o pai, Olavo Henrique Coelho, no rompimento da barragem da Vale.
Jacira Francisca Costa, também diretora da associação, disse que a Exposibram tem sido um ótimo espaço para divulgar o trabalho da AVABRUM. “Aqui é o melhor local para clamar por Justiça, para que as pessoas vejam o que aconteceu em Brumadinho e aprendam que matar em nome da ganância é uma injustiça. Nosso estande está cheio de gente, muitas pessoas querem ouvir nossa história”, concluiu a mãe de Thiago Mateus Costa, que era mecânico na barragem e morreu na tragédia-crime.
Os integrantes da diretoria da AVABRUM viajaram a Belém do Pará com o apoio do Legado de Brumadinho, projeto que nasceu da necessidade de ampliar a voz dos familiares pelas suas bandeiras, para não deixar que esse rompimento caia no esquecimento e fazer um alerta: a prevenção de tragédias precisa ser feita hoje, porque amanhã pode ser tarde. O projeto é realizado com recursos destinados pelo Comitê Gestor do Dano Moral Coletivo pago a título de indenização social pelo rompimento da barragem em Brumadinho.