Em estande da AVABRUM na Exposibram 2024, familiares das vítimas vão expor as consequências do rompimento da barragem da Vale, que matou 272 pessoas em 25 de janeiro de 2019. Passados 5 anos e 7 meses do colapso, ninguém foi preso. Feira acontece entre os dias 9 a 12 de setembro, no Expominas.
Brumadinho, 5 de setembro de 2024 – Clamar por justiça e expor as consequências do crime cometido pela mineradora Vale em Brumadinho. É com esse objetivo que a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) participará da Exposibram 2024 (Expo & Congresso Brasileiro de Mineração), que acontece de 9 a 12 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte.
No encontro, representantes das 272 vítimas fatais da tragédia-crime vão exigir a responsabilização dos culpados e demandar transparência nas narrativas de reparação, em um esforço para garantir que a história da tragédia-crime não seja apagada e que o compromisso com a justiça e a prevenção de futuros desastres se mantenha firme e constante.
Considerada a maior feira de mineração da América Latina, a Exposibram contará pela quinta vez com a participação dos familiares das vítimas da tragédia-crime de Brumadinho, que continuam a clamar por justiça. No estande da AVABRUM, os visitantes poderão conversar com familiares e conhecer a história das vítimas por meio de uma exposição com fotos, cartazes, livros, revistas, matérias de jornais e vídeos. O espaço também distribuirá flyers de conscientização e informações sobre a organização.
A AVABRUM busca por justiça, pelo encontro de Tiago Silva, Maria Bueno e Nathália Araújo, três vítimas ainda não localizadas, pela preservação da memória, pelos direitos dos familiares e pela prevenção de novos crimes.
“Estamos na Exposibram para mostrar ao mundo que não esqueceremos as 272 vidas perdidas em Brumadinho e que continuaremos exigindo a punição dos culpados. Nós, familiares, não deveríamos ter de correr atrás de justiça. A justiça já deveria ter sido feita, com todas as provas que existem. Mas, se é necessário, nós vamos lutar até o fim para que isso aconteça”, disse Maria Regina, diretora da AVABRUM, que perdeu a filha Priscila Elen, de 29 anos, que trabalhava na Vale como técnica em manutenção.
Durante o evento, que contará com a presença de especialistas, representantes do setor produtivo, governamental e do terceiro setor, a AVABRUM também destacará, além da urgência de justiça, a necessidade de medidas preventivas para evitar novos crimes envolvendo barragens. “Este evento é crucial para intensificar o debate sobre segurança e responsabilidade na mineração”, afirmou Maria Regina.
Passados cinco anos e sete meses do colapso da barragem, o processo criminal está paralisado, mesmo com todas as provas reunidas em cinco CPIs e pela Polícia Civil Mineira e Federal. O STJ (Supremo Tribunal de Justiça) suspendeu o prazo de defesa para os engenheiros Makoto Namba, André Jum Yassuda e Marlísio Oliveira Cecílio Júnior, da Tüv Süd, acusados pelas mortes no rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, estendendo o benefício a todos os réus.
Além disso, em março deste ano, o TRF6 (Tribunal Regional Federal da 6ª Região), em Belo Horizonte, concedeu habeas corpus ao ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman, isentando-o da ação penal antes mesmo da abertura do processo.
Serviço: Exposibram-2024
Data: 9 a 12 de setembro de 2024
Local: Expominas (Av. Amazonas, 6200 – Gameleira, Belo Horizonte – MG)