Fabio Schvartsman conseguiu parecer favorável para ficar livre da ação penal que julga a morte de 272 pessoas no rompimento da barragem da Vale. Familiares das vítimas vão nesta terça-feira ao TRF6, em BH, às 9h, entregar pedido formal ao relator do processo, Flávio Boson Gambogi, solicitando mudança do seu voto.
Brumadinho, 8 de janeiro de 2024 – Um pedido formal para que o desembargador Flávio Boson Gambogi mude de opinião sobre a possibilidade de o ex-presidente da Vale não ser julgado pelas mortes e crimes ambientais causadas pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, será entregue nesta terça-feira, 9 de janeiro, no TRF6, em Belo Horizonte. Na tragédia-crime, 272 pessoas morreram.
Representantes da AVABRUM (Associação de Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego Feijão-Brumadinho) estarão no Tribunal Regional Federal (rua Santos Barreto,161- Sto Agostinho, BH), à partir das 9h, para protocolar uma nota pública com o pedido dirigido ao desembargador, que é relator do HC (habeas corpus) apresentado pela defesa de Fábio Schvartsman, solicitando o trancamento da ação penal contra ele. Haverá distribuição de 272 rosas, representando cada uma das vítimas.
O voto do desembargador Flávio Boson Gambogi foi apresentado no último dia 13 de dezembro, quando teve início o julgamento do HC. Para a AVABRUM, o voto favorável enfraquece a confiança da sociedade na Justiça. Os familiares das vítimas esperam que esta posição não prevaleça no tribunal e que todos os 16 réus na ação penal sejam julgados normalmente.
Entenda o caso
Quase 5 anos após o rompimento da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão, que causou a morte de 272 pessoas, entre elas 2 nascituros, ninguém foi punido, 3 vítimas continuam não encontradas e não há prazo para o julgamento da ação penal, que tramita na Justiça Federal.
Fabio Schvartsman, então presidente da Vale quando ocorreu a tragédia-crime, tenta se livrar do julgamento por meio de um HC. Após o desembargador relator Flávio Boson Gambogi apresentar, na 2a Turma do TRF6, parecer favorável ao ex-CEO, o julgamento do HC foi suspenso porque Pedro Felipe de Oliveira Santos, desembargador revisor, pediu vistas do processo. Faltam 2 votos para a decisão final. Não há data definida para a continuidade da sessão.
