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Familiares de vítimas da tragédia em Brumadinho vão a Harvard para dar depoimentos sobre extrativismo predatório no Brasil

DIRETORIA AVABRUM

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Evento será gratuito e acontecerá entre 11 e 12 de abril, de forma presencial, mediante inscrição.  Clique aqui e cadastre-se.

 

 

Brumadinho, 10 de março de 2024 – A convite do Centro David Rockefeller para Estudos Latinoamericanos, a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) estará, nos dias 11 e 12 de abril, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, para participar de uma série de painéis sobre “Extrativismo Predatório: As Maiores Catástrofes de Mineração do Brasil em um Contexto Global”

Os painéis se concentrarão nos piores desastres ambientais e humanitários do Brasil, ambos resultantes de rompimentos de barragens de rejeitos de mineração: a barragem de Fundão, operada pela Samarco (joint venture entre BHP e Vale), em 2015; e a barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, da Vale, em 2019, as duas no estado de Minas Gerais.

No evento, representando a AVABRUM, estarão a presidente da associação, Andresa Rodrigues, que perdeu o seu único filho, Bruno Rocha Rodrigues, e Alexandra Andrade, que perdeu o irmão, Sandro Andrade Gonçalves, e o primo, Marlon Rodrigues Gonçalves, todos enterrados na lama. 

“É muito importante mostrar a luta da AVABRUM em todos os lugares do mundo. Uma das nossas bandeiras é a não repetição. Barragens não rompem da noite para o dia. Multas não seguram barragens, não salvam vidas. De fato, o que nós precisamos ter, é uma fiscalização, um monitoramento, eficiente, sem maquiagem. Essas tragédias são evitáveis. O lucro não deve valer mais que a vida. Em Brumadinho, a lama matou 272 pessoas, entre elas, funcionários da mineradora, pessoas da comunidade e turistas. E continua matando, de tristeza, os familiares, que sem ver a justiça acontecer, estão morrendo. 5 anos se passaram e nossas vidas mudaram da pior maneira possível, e nunca mais serão as mesmas. Os corpos de nossos entes queridos, com o impacto da lama, foram fragmentados. Os velórios, caixão fechado, e até hoje, recebemos ligações do IML, com reidentificação de partes corpóreas dos nossos parentes.  Para a vida, não existe reparação. Os familiares estão adoecidos, com sequelas físicas e psicológicas. E é por isso, a luta da AVABRUM, por justiça, encontro, memória, direito dos familiares e não repetição do crime da Vale” , disse Andresa e Alexandra, da diretoria da AVABRUM.

 

Destruição indiscriminada da natureza

O extrativismo predatório nada mais é do que a retirada indiscriminada de recursos da natureza: minerais, animais ou vegetais, sem se preocupar se eles irão se reconstituir, ou até mesmo, deixar de existir. E os impactos ao meio ambiente são inúmeros. 

 

Lutas contínuas para comunidades no Brasil

“Essas tragédias não são apenas histórias – são lutas contínuas para as comunidades no Brasil. Com Minas Gerais enfrentando inúmeras barragens de alto risco, a luta por justiça e segurança continua. E a mineração está por toda a parte, e pelos dados, só vai aumentar”, disse Tiago Genoveze que dirige o Programa de Estudo do Brazil no Centro de Estudos Latinoamericanos da Universidade de Harvard. “Além de informar e engajar acadêmicos e outros públicos, nosso objetivo também é inserir a temática dentro de um contexto global”, completou Genoveze.

Serviço: “Extrativismo Predatório: As Maiores Catástrofes de Mineração do Brasil em um Contexto Global”

Data: 11 e 12 de abril de 2024

Local: Auditório Tsai, CGIS Sul

1730 Cambridge Street Cambridge, MA 02138 Estados Unidos

 

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