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Pais de vítimas do rompimento da barragem da Vale são homenageados em ato de 5 anos e 7 meses da tragédia-crime

DIRETORIA AVABRUM

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oi o 65º ato realizado pela associação dos familiares das vítimas de Brumadinho. Amanhã, organização lançará o livro AVABRUM 272 VIDAS PRESENTES, às 18h30, no Teatro Municipal de Brumadinho, com uma palestra do escritor Fabrício Carpinejar.

 

Brumadinho, 26 de agosto de 2024 – No início da tarde de ontem (25/08), quando se completaram 5 anos e 7 meses do rompimento da barragem da Vale, o ato mensal em homenagem às 272 vítimas prestou tributo aos pais, especialmente àqueles que perderam seus filhos na tragédia-crime de 2019. Durante o evento, também foram homenageadas mães que assumiram o papel de pais.

Organizado pela AVABRUM (Associação dos Familiares e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão – Brumadinho), o ato ocorre todo dia 25 no letreiro da entrada da cidade e busca justiça, memória, direitos dos familiares e prevenção de novos crimes. O evento também clama pelo encontro de Tiago Silva, Maria Bueno e Nathália Araújo, três vítimas ainda não localizadas. Este foi o 65º ato realizado pela organização que, amanhã, lançará o livro AVABRUM 272 VIDAS PRESENTES, às 18h30, no Teatro Municipal de Brumadinho, com uma palestra do escritor Fabrício Carpinejar.

Durante o evento, um momento emocionante ao som da música “Honrar Teu Nome”, da banda CPM 22, escrita por um filho que perdeu o pai, marcou a entrega de medalhas de honra ao mérito aos pais das vítimas e também às mães que desempenharam o papel de pais. Passados 5 anos e 7 meses desde a tragédia, e apesar das provas das investigações, ninguém foi responsabilizado até hoje.

“Essa música me marcou muito. Quando meu marido faleceu na tragédia em 2019, eu tinha um filho de 21 anos, e essa música ele ouvia pelo menos dez vezes por dia. Ela significa muito para mim e para todos nós. Como diz a música: ‘Que eles descansem em paz, que nós honraremos’”, disse Edi Tavares Pinto, que perdeu o marido Nilson Dilermando Pinto no rompimento.

Às 12h28, horário em que a barragem rompeu, os familiares das vítimas formaram um círculo na rodovia, de mãos dadas, para um minuto de silêncio, seguido pela soltura de 272 balões brancos, representando cada uma das vidas ceifadas no crime. O evento incluiu a leitura dos 272 nomes das vítimas, com gritos de “presente” para os encontrados e “ausentes” para os que ainda não foram localizados.

 

Instituto Camila e Luiz Taliberti

O ato contou com a presença de Helena Taliberti, que perdeu cinco familiares no colapso da Vale, que passavam férias em Brumadinho: os filhos Camila e Luiz Taliberti, de 33 e 31 anos, a nora Fernanda Damian, de 30 anos e grávida de cinco meses do neto Lorenzo, o ex-marido Adriano da Silva, de 61 anos, e a esposa dele, Maria Lourdes Bueno, de 58 anos.

Após o colapso, Helena, moradora de São Paulo, criou o Instituto Camila e Luiz Taliberti, que leva o nome dos filhos, uma organização que também luta por justiça e pelo meio ambiente. “A tragédia da Vale começou no dia 25 de janeiro de 2019, mas ela dura até hoje. Nós não vamos parar de lutar por justiça. Tentaram nos enterrar, mas não sabiam que éramos sementes”, afirmou Helena, acompanhada do marido Vagner Diniz.

 

Processo Criminal

Maria Regina, mãe de Priscila Elen, de 29 anos, que trabalhava na Vale como técnica em manutenção, comentou sobre o recurso da AVABRUM ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a suspensão do prazo para defesa de Makoto Namba, André Jum Yassuda e Marlísio Oliveira Cecílio Júnior, engenheiros da empresa alemã Tüv Süd, acusados pelas mortes no rompimento da barragem. A decisão do STJ estendeu o benefício para todos os réus, paralisando o processo criminal até nova decisão, que ainda não tem data para ocorrer. Com o recurso, a AVABRUM busca acelerar a resolução desse impasse.

 

 

 

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