Série de nove vídeos #ElesResponderamAoChamado traz depoimentos de profissionais que atuaram no cenário devastador de Brumadinho, após o rompimento da barragem da Vale em 2019. A série faz parte da campanha “Amanhã pode ser Tarde” e é lançada na véspera do dia internacional da Segurança e da Saúde no Trabalho. No Brasil, 88 barragens encontram-se em situação de alerta ou emergência declarada.
Brumadinho, 27 de abril de 2024 – Uma produção audiovisual para sensibilizar e mobilizar a sociedade, o poder público e as empresas para prevenção de novos rompimentos de barragens. É com esse objetivo que a série de vídeos #ElesResponderamAoChamado vai ao ar a partir de hoje, 27 de abril, no Youtube e nas redes sociais da AVABRUM e do projeto Legado de Brumadinho. Na véspera do Dia Mundial da Segurança e da Saúde no Trabalho e do Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, serão lançados relatos de profissionais que atuaram em Brumadinho após o rompimento da barragem da Vale, em 25 de janeiro de 2019. No total, serão 9 depoimentos individuais, apresentados separadamente, dois em cada semana.
Produzido pela AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão) e pelo Legado de Brumadinho, a ação faz parte da segunda fase da campanha #AmanhãPodeSerTarde, que atua contra o esquecimento e a não repetição de crimes como esse. Na primeira etapa da campanha, lançada em 2022, familiares que perderam seus entes queridos na tragédia falaram sobre a dor e o luto que enfrentam até hoje.
Maior tragédia humanitária e trabalhista do Brasil, o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, matou 272 pessoas, entre elas duas gestantes. Até hoje, 3 vítimas ainda não foram encontradas. O crime, além de abalar a vida dos afetados diretamente e da comunidade, marcou a vida dos profissionais que atuaram na ocorrência.
O Major Douglas Martins Soares, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que comandou a operação de resgate em Brumadinho de novembro de 2021 a outubro de 2022, falou sobre o impacto do desastre:
“Somente quem viu e esteve no local consegue mensurar o que é a operação Brumadinho. O rompimento, além de impactar a vida dos familiares, impactou a comunidade, as instituições, os profissionais, o Estado e, pela comoção, o país inteiro”, diz o Major Douglas.
Além do Major, outros 8 profissionais dão seus relatos para a série. O coronel do Corpo de Bombeiros Anderson Passos, que chefiou a operação nos primeiros 4 meses e é um dos autores do livro “Brumadinho 272”, abre a série:
“A maior lição é de que todo esforço feito para o atendimento de emergência deveria ter sido mobilizado para ações de prevenção”, declara o coronel.
No Brasil, segundo dados de março da Agência Nacional de Mineração (ANM), existem 157 barragens mineradoras nas categorias de risco médio e alto. De acordo com o órgão fiscalizador, 88 destas estruturas encontram-se em situação de alerta ou emergência declarada.
A série ainda conta com depoimentos da jornalista Daniela Arbex, autora do livro “Arrastados”, sobre os bastidores do rompimento da barragem; o jornalista Murilo Rocha, um dos autores do livro “Brumadinho: a Engenharia de um Crime”, que denuncia a falta de cuidado dos responsáveis pela barragem que rompeu e fala sobre a exploração predatória de minérios; o médico legista Ricardo Moreira Araújo, que era diretor do Instituto Médico Legal (IML) na época do rompimento; o psicólogo Rodrigo Chaves Nogueira, que há 30 anos integra o serviço de saúde mental de Brumadinho e atualmente é coordenador clínico do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município; Naray Paulino, que atualmente é diretora do IML em Belo Horizonte, e na época do desastre, integrava a equipe de psiquiatria forense do IML; a promotora de justiça Ana Tereza Ribeiro Salles Giacomini, que atuou entre 2019 e 2021 em Brumadinho; e o advogado dos familiares das vítimas, Danilo Chammas.
Nos depoimentos, estes profissionais lembram suas emoções e impressões ao chegarem em Brumadinho, descrevem os desafios que enfrentaram – e alguns ainda enfrentam até hoje – para o atendimento dos atingidos. Contam sobre os laços de amizade que criaram com os familiares das vítimas e que estão engajados em denunciar o crime. Até hoje não houve julgamento e ninguém foi punido. Todos reforçam a importância da prevenção, para que tragédias que poderiam ser evitadas, como o rompimento da barragem da Vale, nunca mais aconteçam.
“O dia 25 de janeiro de 2019 não termina no dia 25 de janeiro de 2019. A gente nunca sabe quando ele vai terminar. Isso vai reverberar por gerações”, enfatiza a jornalista Daniela Arbex, em depoimento para série #ElesResponderamAoChamado que faz parte da campanha #amanhapodesertarde.
Disponível a partir do dia 27 de abril a série pode ser vista através das redes sociais da AVABRUM e do Legado de Brumadinho:
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