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Com valores do Acordo de Reparação, pagos pelo rompimento da barragem em Brumadinho, obra para controle de dengue é concluída em BH

DIRETORIA AVABRUM

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Representantes dos familiares da tragédia-crime da Vale participaram do anúncio da conclusão da obra. Colapso da barragem, em 2019, matou 272 pessoas, além de gerar sérios danos sociais, econômicos e ambientais  

 

Brumadinho, 02 de maio de 2024 – A Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho (AVABRUM) participou, na última segunda-feira, 29/04, do anúncio da conclusão da obra da Biofábrica Método Wolbachia, em Belo Horizonte. Financiado com os valores do acordo judicial de reparação referente ao rompimento da barragem da Vale em Brumadinho em 2019, que além de matar 272 pessoas, causou danos sociais, econômicos e ambientais, obra custou mais de R$ 77 milhões. Projeto vai viabilizar a utilização de tecnologia inovadora e autossustentável, que reduz a transmissão de doenças causadas pelo Aedes Aegypti. 

 

“Esse acordo só existe porque 272 pessoas morreram, é um dinheiro de sangue. Não é dinheiro da Vale, nem dos cofres públicos. Mas temos a consciência de que esse recurso da reparação contempla de modo significativo a população. Estamos cientes do legado deixado por nossas joias, e isso nos traz um pouco de alento. Sendo assim, utilizar esse dinheiro para investir na saúde preventiva, física e mental das pessoas, propiciar ações sociais que contribuam para a qualidade de vida, gerar emprego e renda e outras ações pertinentes, são maneiras de buscar a ressignificação da vida de muitos que foram”, disse Edi Aparecida Tavares Pinto, que perdeu o marido Nilson Dilermando Pinto, na tragédia-crime da Vale. 

 

Esperança no combate à dengue 

Neste ano, vivemos a maior epidemia de dengue da história, com mais de 500 mil casos confirmados e 304 mortes. Na biofábrica, mosquitos serão criados com a bactéria Wolbachia para auxiliar no combate a essa e outras doenças. Funciona da seguinte forma: o mosquito Aedes aegypty é infectado com a Wolbachia, e essa bactéria impedirá que os vírus causadores de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam dentro do inseto. O método terá a capacidade de produzir dois milhões de mosquitos por semana. Os mosquitos não serão extintos, mas as novas gerações de Aedes aegypti estarão com a bactéria e não transmitirão as doenças.

 

Conclusão das obras 

Embora as autoridades tenham anunciado a conclusão das obras, a biofábrica só deve iniciar as operações em janeiro do ano que vem. Ela precisa das licenças obrigatórias para funcionamento. As obras foram iniciadas em fevereiro de 2023, em um terreno de 4 mil metros quadrados, no bairro Gameleira. As instalações contam com laboratórios e com espaços destinados ao setor administrativo, e ocupam uma área construída de mais de 1,1 mil metros quadrados. A Biofábrica será de propriedade do Estado de Minas Gerais, sob gestão da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). 

Na primeira fase do projeto, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia serão soltos em Brumadinho, Mário Campos, Betim, e em outros 19 municípios vinculados à Bacia do Rio Paraopeba. A expectativa da Secretaria de Saúde de Minas Gerais é que, posteriormente, ocorra a expansão da produção de mosquitos para todo o território estadual.

Com a presença do governador Romeu Zema, o anúncio da conclusão das obras foi feito pelo Governo de Minas. Também participaram da solenidade, representantes do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Ministério da Saúde e do World Mosquito Program (WMP) Brasil/Fiocruz. 

 

Contato Assessoria de imprensa

Yasmin Marques – 55 (31) 9 9351-1134

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Viviane Raymundi – 55 (11) 9 5540-2536

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