“Nós queremos justiça! Das 272 vítimas fatais da tragédia-crime da Vale, 250 eram trabalhadores. Eles entraram aquele dia às 7 horas da manhã na empresa com o intuito de trabalhar o dia todo como sempre faziam, só que não sabiam que estavam jurados de morte”, disse representante da diretoria da AVABRUM.
Brumadinho, 02 de maio de 2024 – No início da manhã de ontem, a AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho) participou da tradicional Missa do Trabalhador e da Trabalhadora da Arquidiocese de Belo Horizonte, que aconteceu em Contagem. A celebração foi presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, dom Nivaldo dos Santos Ferreira.
No início da missa, os familiares das vítimas entraram em procissão atrás do bispo, padres auxiliares e coroinhas segurando o banner com os rostos das vítimas.
“Nós viemos aqui hoje não é bem para realizar um protesto, mas sim uma homenagem, porque são 272 pessoas, sendo 250 trabalhadores que morreram naquele dia 25 de janeiro de 2019. É uma homenagem e um pedido de justiça também, porque cinco anos e três meses depois a gente ainda não viu justiça nenhuma”, disse Maria Regina da Silva, que perdeu a filha Priscila Elen Silva, aos 29 anos, no rompimento da barragem.
“São 250 trabalhadores mortos. Eles entraram aquele dia às 7 horas da manhã na empresa com o intuito de trabalhar o dia todo como sempre faziam, só que não sabiam que estavam jurados de morte. Um refeitório na frente de uma barragem, todo um escritório na frente da barragem – era um juramento de morte aos trabalhadores. O Brasil tem uma cultura de matar trabalhadores. A gente sabe disso”, completou.
Além da AVABRUM, participaram da procissão, no início da missa, o coletivo Lambuzados, que entrou segurando estandartes com peças de roupas sujas de terra, simbolizando a lama de Brumadinho e Mariana. Também participaram da missa outros movimentos, professores da rede pública e representantes dos trabalhadores das estatais de Minas Gerais, que colherem assinaturas do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais.
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