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Impactos da tragédia-crime da Vale na vida da criança e do adolescente é tema de palestra na UFMG

DIRETORIA AVABRUM

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O rompimento da barragem da Vale matou 272 pessoas e deixou mais de 100 órfãos. De forma abrupta, alterou o curso da vida de toda comunidade, e do meio ambiente.

 

Brumadinho, 11 de outubro de 2023 – Os impactos físicos e emocionais do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, em crianças e adolescentes foi tema de palestra de Alexandra Andrade, diretora da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho), no X Congresso Brasileiro de Enfermagem Pediátrica e Neonatal, realizado de 9 a 11 de outubro, na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). A tragédia-crime matou 272 pessoas em 25 de janeiro de 2019.

“Nas crianças e nos adolescentes os impactos foram devastadores e abruptos. Elas ficaram ansiosas, com medo, com dificuldades para ir à escola…  E esses impactos surgiram desde o início”, disse Alexandra, que perdeu o irmão Sandro Andrade e o primo Marlon Gonçalves no rompimento da barragem da Vale. 

A representante dos familiares das vítimas ressaltou que, nos primeiros dias após a tragédia, tanto adultos quanto crianças acreditavam que seus familiares podiam estar vivos. “Mas a Vale em momento algum entrou em contato com as famílias para avisar sobre o que tinha acontecido”, relatou. 

Além de matar 272 pessoas, entre elas duas gestantes, o colapso da barragem da Vale deixou mais de 100 órfãos e alterou a vida de toda a comunidade. “Muitas pessoas mudaram de cidade e crianças precisaram trocar de escola. Ainda houve quem perdeu o emprego, o que também impactou na vida das crianças”, disse. 

Alexandra também listou os impactos diretos que a tragédia causou na saúde mental e física dos pequenos. “Aumentou o sentimento de insegurança sobre a vida e a morte e até tentativas de autoextermínio”, contou. 

Em uma apresentação de 20 minutos, tempo estipulado para cada palestrante, a representante da AVABRUM, também expôs a luta do familiares das vítimas por encontro de Maria de Lurdes Bueno, Nathália Araújo e Tiago Silva, as 3 vítimas que continuam sob a lama; justiça, para que os culpados sejam responsabilizados; memória, para que a tragédia não seja esquecida; reconhecimento dos direitos dos familiares em todas as esferas; e não repetição do crime, que até hoje não foi responsabilizada. 

Na roda de conversa, mediada pela professora doutora Delma Aurélia Simão, da UFMG, o tema das crises ambientais na vida de crianças e adolescentes ainda contou com as palestras dos doutores Climene Laura de Carvalho, da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e Ed Wilson Vieira, da UFMG, e de JP Amaral, do Instituto Alana, de São Paulo. 

 

 

 

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