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História das vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho emociona público de fórum ambiental

DIRETORIA AVABRUM

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 No Fórum Brasil de Gestão Ambiental realizado em Serra Negra (SP), entre 22 e 24 de novembro, visitantes demonstraram apoio à luta dos familiares por justiça para as 272 pessoas vítimas da tragédia-crime de 25 de janeiro de 2019.

 

 

Brumadinho, 28 de novembro de 2023 – Familiares das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, emocionaram e conquistaram o apoio dos visitantes do IV FBGA (Fórum Brasil de Gestão Ambiental) para a luta por justiça pelas 272 vítimas da tragédia-crime, que matou 272 pessoas em 25 de janeiro de 2019. O encontro, que aconteceu entre 22 e 24 de novembro em Serra Negra (SP), reuniu gestores públicos e empresas privadas que atuam na área de meio ambiente.

No estande da Prefeitura de Brumadinho, Jacira Costa e Alexandra Andrade, diretoras da AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão-Brumadinho), conversaram com dezenas de pessoas, que se surpreenderam ao tomar conhecimento, por exemplo, que a ação penal que pede a condenação de 16 réus por homicídio e crimes ambientais ainda não foi a julgamento 4  anos e 10 meses após a tragédia. O processo, que tramitou na Justiça mineira por 3 anos, foi transferido para a Justiça Federal em janeiro passado e voltou para a fase de citação dos réus.

“É muito bom ter a oportunidade de saber o que acontece de fato. Quanto mais pessoas souberem, melhor”, afirmou o engenheiro de segurança e meio ambiente Marcionil da Silva, que mora em Poços de Caldas (MG). “Agora sei realmente o que se passa em Brumadinho. Acho muito importante divulgar essas informações nacional e internacionalmente”, disse a oficial de meio ambiente, Marly Coelho, moradora de Santana de Parnaíba (SP).

No segundo dia do evento, Jacira, que perdeu o filho na tragédia-crime, e Alexandra, que teve o irmão e o primo mortos no rompimento da barragem da Vale, participaram de uma roda de conversa com mulheres empreendedoras, onde puderam contar suas histórias e falar das lutas dos familiares para que a tragédia-crime não fique impune. “Estou emocionada com a história delas e impressionada com a força e exemplo que elas são”, disse Kethlin Taborda, do M.Inspiram.

No terceiro dia do encontro, ao lado de Wagner Donato, secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Brumadinho, Alexandra falou para uma plateia de especialistas sobre a criação da AVABRUM e suas ações em busca por justiça; pelo encontro de Maria de Lurdes Bueno, Tiago Tadeu Silva e Nathalia Araújo, as 3 vítimas ainda não localizadas; por memória, para que a tragédia-crime não seja esquecida; direitos dos familiares e não repetição do crime. “Não é possível discutir política de meio ambiente em Brumadinho sem considerar o sofrimento das vítimas do rompimento da barragem da Vale”, afirmou Donato.

Além das 272 vítimas fatais, a tragédia-crime da Vale deixou um rastro enorme de destruição no meio ambiente. Segundo o Ibama, mais de 130 hectares de Mata Atlântica  foram cobertos pelo rejeito da mineradora. A lama tóxica também contaminou o rio Paraopeba, tornando a água imprópria para o consumo.  

 

 

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